Lá se vão 116 jogos com a camisa da Internacional e nenhum “Pimba”. É verdade, o coringa Lucas Balardin ainda não marcou um gol pelo Leão. Claro que sua posição – atualmente é zagueiro – não ajuda para isso, mas ele começou a treinar faltas e cobrou uma na importante vitória sobre o Boa Vista por 1 a 0, sábado passado no Limeirão. E passou perto.

“Minha esposa e meus filhos me cobram sobre esse primeiro gol pela Inter. Acredito que esteja próximo de sair. Vou comemorar muito”, sorriu.

Balardin está vivendo um momento de afirmação na Internacional. Depois de algum tempo apenas figurando no banco de reservas, o jogador voltou a ser titular e forma uma dupla de zaga quase que perfeita ao lado de Renan Fonseca.

O entrosamento entre os dois é tão grande na Série D do Campeonato Brasileiro, que o torcedor já começa a apoiar a ideia que a dupla seja titular também no Paulistão do ano que vem. Para ajudar, ainda tem Rafael Pin, Elácio Córdoba e Daniel Vançan que também estavam no último Estadual. “Nós sabemos onde cada companheiro se posiciona e como gostam de jogar. Isso facilita muito”, frisou.

Balardin está na lista dos 30 jogadores que mais vestiram a camisa da Inter na história, isso contando apenas os jogos oficiais. Recentemente, ultrapassou Marquinhos, que tinha 114 jogos. No próximo sábado, vai igualar a marca de Hélio Batista, outro ídolo da torcida.

Amigo de todos, querido e respeitado pela torcida e um pai de família exemplar, Balardin, que nunca fugiu de uma entrevista sequer – independente do resultado -, acredita na classificação da Internacional para o mata-mata do Nacional.

O becão entende que a vitória conquistada no sábado passado motivou todo elenco e recolocou o Leão no páreo por uma das quatro vagas para a próxima fase.

“A gente precisava vencer. O grupo se uniu e foi em busca desse objetivo. A gente sabia que um outro resultado dificultaria demais a nossa situação. Com esses três pontos conquistados, encostamos no G-4 e voltamos para a briga. A vaga está em aberto. E lembrar que a gente chegou a ser apontado como um time morto a uma rodada”, comentou.

Balardin confidenciou que antes da partida contra o Boa Vista os mais velhos do elenco conversaram com os mais jovens, até para passar tranquilidade e mostrar a importância de um resultado positivo.

“Deu certo e fizemos a nossa melhor partida no campeonato. A gente vinha oscilando muito. Um jogo a gente jogava bem o primeiro tempo e mal o segundo. No outro era ao contrário. Desta vez jogamos bem os 90 minutos. Fomos firmes e se caprichássemos um pouquinho mais na frente, faríamos mais gols”, lembrou.

Sobre a mudança do esquema tático do 3-5-2 para o 4-3-3 com a saída de Dyego Coelho, Balardin disse que a Inter precisava aumentar seu poderio ofensivo para que os resultados fossem conquistados.

“É o arroz com o feijão do futebol. Não tem segredo. A maioria dos clubes têm jogado desta forma. A gente precisava dos pernas leves na frente, da molecada que corre. Eu e o Renan conversamos com o Roger Silva sobre o esquema, em especial defensivo. Seguramos a bronca lá atrás. Deu certo, graças a Deus”, destacou.

Balardin dedicou a vitória ao próprio Roger, que mesmo não estando em sua função, abraçou o comando técnico do time. “É um cara diferenciado, que chega às 7h para trabalhar. Olha só a carreira que ele tem e mesmo assim demonstra vontade a cada dia que passa. A felicidade dele é a nossa também”, elogiou.

O xerifão lembrou que a Inter vem conseguindo boas atuações fora de casa, tanto é verdade, que ainda não perdeu como visitante. Foram quatro jogos, com uma vitória diante do Boa Vista por 1 a 0, em Saquarema, e três empates, dois deles por 0 a 0 contra Cianorte, no Paraná e São Bento, em Sorocaba e 1 a 1 diante do Bangu, em Moça Bonita.

E agora serão dois compromissos seguidos fora de casa, contra o Santo André, sábado às 15h, em Diadema – o Ramalhão não está jogando no Bruno José Daniel porque o estádio passa por reforma – e diante da Portuguesa, no sábado seguinte no Canindé.

Balardin recebeu o Troféu SQ Imports Blam, do empresário Gonçalo Santana, por ter sido eleito o melhor em campo contra o Boa Vista. O comentarista Tatinha Casagrande, do Rápido no Ar / Rádio Mix, justificou seu voto dizendo que o zagueiro beirou a perfeição no jogo.

“Realmente fui bem. Acho que foi uma das minhas melhores partidas com a camisa da Inter. Joguei assim também contra a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli pelo Paulistão. Mais importante do que a minha atuação foram os três pontos conquistados. Estamos na briga e vamos chegar”, concluiu.