O presidente Lucas D’Andrea e o CEO Thiago Gasparino participaram de uma entrevista coletiva online hoje no Limeirão. Ambos analisaram o desempenho da Internacional na Série D do Campeonato Brasileiro e projetaram o Paulistão de 2022.

Na opinião de ambos, a Inter fez um bom papel na Série D e caiu em pé. “Mesmo com todas as nossas dificuldades, não nos classificamos por um gol. Mas o aprendizado foi grande. A gente queria estar no mata-mata, mas não deu. O importante é que chegamos até a última rodada com chances de classificação”, lembrou o presidente.

Para Gasparino, a Inter sofreu com altos e baixos durante a Série D, mas conseguiu se ajustar no fim. Destacou que o time manteve a competitividade e que o Grupo A-7 foi o mais equilibrado da competição (Portuguesa, Santo André, Cianorte e Bangu se classificaram).

“Quando cheguei na Inter, primeiro comecei a entender o clube. Depois, tracei um diagnóstico. Passamos a trabalhar em conjunto. Aqui, todas as decisões são compartilhadas, sempre em prol do clube. Esse Campeonato Brasileiro nos deixou uma grande lição. Quero aqui engrandecer o trabalho que fizemos, em especial de integração com a base”, comentou.

O presidente acredita que em breve a Inter comece a ter receita da venda de jogadores da base.

“Vimos uma grande evolução, algo que não acontecia há anos no clube. Esse foi nosso principal mérito. Títulos são bem vindos, mas nosso principal objetivo é formar o atleta. Hoje o nosso Sub-20 é o Sub-18. Muitos meninos tiveram chance e foram bem na Série D. O ideal seria a venda de alguns deles para aumentar nossa receita. Hoje as cotas representam 40% do orçamento, mas vale lembrar que 30% líquido do que entra são recolhidos pelo bloqueio judicial para o pagamento de dívidas trabalhistas. Outros 20% são de patrocínios e o restante do público. Veja só como o impacto financeiro foi grande sem a nossa torcida nos jogos”, explicou o dirigente.

Sobre a estranha contratação de Elvis, às vésperas do último jogo da primeira fase da Série D, o CEO disse que foi uma oportunidade de mercado e que a diretoria tinha a plena convicção na classificação para o mata-mata.

“O Elvis estava negociando sua transferência para o exterior, mas a janela se fechou no último dia 30 e o negócio não foi concretizado. Ele tinha disputado a Série A-2 pelo Monte Azul e desde então estava inativo, treinando por conta própria. Ele foi bem na Inter em 2019, mas chegou bem abaixo e por isso, não foi utilizado contra o Madureira na última rodada. O Bruno Paulo foi a opção do Roger Silva por estar melhor condicionado e por ter treinado mais com o elenco”, explicou.

Sobre o Paulistão de 2022, D’Andrea voltou a falar em “pés no chão”, “reduzir os passivos”, “contas em dia” e que a Inter novamente terá a “menor folha entre os participantes”.

O presidente garantiu que o conceito não será mudado e que a organização, dentro e fora de campo, vai continuar, para que a Inter siga crescendo, alcançando patamares maiores. “Queremos nos manter no Paulistão mais uma vez e quem sabe subir para a Série C em 2022. Tenho certeza que estamos no caminho certo. O calendário será cheio no ano que vem”, frisou.

Lucas disse que não tem dúvidas de que será o Paulistão mais difícil dos últimos três anos, até pelo investimento previsto pelos clubes, em especial dos caçulas São Bernardo e Água Santa.

“A nossa torcida cobra elencos mais caros, eu entendo. Mas buscamos o equilíbrio. Não é o individual que vence e sim o grupo. Nos últimos dois anos contratamos jogadores que se destacaram no Paulistão e hoje estão em grandes clubes. Não vamos fazer dívidas. Vamos manter os pés no chão e formar um time competitivo, que permaneça novamente na elite”, justificou.

Gasparino confirmou que a Inter ainda não fechou com um treinador e que conversa com alguns nomes. “Vamos contratar um profissional que se enquadre em nossa filosofia de jogo. Estamos atentos ao mercado e trabalhando de forma sigilosa”, contou.

Sobre o elenco, jogadores como Rafael Pin, Daniel Vançan, Balardin, Renan Fonseca, Pedro do Rio, Júlio Rush e Gui Mendes estão confirmados no Paulistão. O volante Emerson Muller, o meia Guilherme Pira e o atacante Igor Gabriel agradaram, mas dependem do aval do técnico que chegar para terem os contratos renovados.

Para completar, D’Andrea trouxe a informação que o CT da Inter deve estar pronto até novembro. “O muro frontal foi erguido. Os vestiários estão recebendo as lajes. Estamos buscando parceiros e permutas para concluir as obras. Acredito que em novembro nossos jogadores já treinem lá para o Paulistão”, completou.