Quantas e quantas vezes nas primeiras rodadas do Paulistão a gente não falava: “Lima merece uma chance” ou “Lima está pedindo passagem para jogar”?

Mas Vinícius Bergantin insistia em deixá-lo no banco de reservas, pois seus dois volantes de confiança eram e são até hoje Jhony Douglas e Matheus Galdezani. A cada jogo Lima entrava na etapa complementar e dava conta do recado. Nunca era criticado, pelo contrário, sempre elogiado.

Até que dois fatos aconteceram para mudar a trajetória dele e da própria Inter na competição. Contra o Mirassol, no Limeirão, Lima foi decisivo. Novamente entrou no segundo tempo e marcou o gol de empate por 2 a 2 nos acréscimos, salvando o Leão da derrota. E vocês não têm ideia de quanto esse ponto foi importante.

Com a contusão do meia Felipe Baxola diante do Red Bull Bragantino, Bergantim ganhou Renato Cajá como peça de reposição. Mal sabia ele que a solução estava bem mais perto, exatamente ao seu lado, no banco de reservas.

Contra o São Paulo, Lima ganhou a chance como titular e foi bem demais. A Inter melhorou sua marcação e ganhou uma saída de bola com velocidade. O 0 a 0 foi comemorado, afinal de contas o duelo foi no Morumbi.

Contra o Palmeiras, Lima fez a mesma função e novamente foi elogiado. Sua atuação foi tão convincente, que ninguém contestou sua titularidade. Era mais um “cão de guarda” em campo. E como rouba bola esse jogador.
Nas coletivas de imprensa, Bergantin dava a entender que finalmente tinha encontrado o equilíbrio no setor mais importante do time.

Mas o melhor ainda estava por vir. Diante do Novoriozontino, no domingo passado, Lima se superou e fez sua melhor partida pela Veterana. Só não recebeu o troféu de melhor em campo porque o centroavante Ronaldo marcou duas vezes.

Lima foi perfeito em todos os sentidos. Deu uma assistência milimétrica para o gol de cabeça de Ronaldo e em duas oportunidades ficou de frente para o gol para finalizar. O goleiro Giovanni fez grande defesa em uma delas. Lima só saiu nos acréscimos porque estava exausto de tanto que correu e se entregou ao time. Literalmente foi um Leão em campo.

Lima é aquele típico jogador que não joga para a torcida. É o operário padrão desta engrenagem, que passou a ser perfeita. Hoje, sem dúvida alguma, é um dos jogadores mais importantes do time. Virou uma peça fundamental no esquema tático de Bergantin.

E Lima, que está emprestado pela Chapecoense, tem presença garantida no jogo contra o São Bernardo, amanhã às 20h30, no Limeirão, pela penúltima rodada do Paulistão.

O Leão pode escapar do rebaixamento com uma rodada de antecipação. Basta empatar com o time do ABC e a Ponte Preta perder para o Corinthians na Neo Química Arena.

O alvinegro também pode se classificar. Para isso, terá que vencer o São Bernardo e torcer por derrotas de Guarani e Água Santa para Ferroviária e Santo André em casa, respectivamente.