Inter terá novamente uma das folhas mais baixas do Paulistão
Thiago Carpini terá que fazer o mesmo que Elano Blumer, ou seja, formar uma Internacional competitiva com pouco dinheiro.
Pela planilha passada ao novo treinador leonino, a folha será um pouco maior que a do último Paulistão, ou seja, cerca de R$ 100 mil a mais, passando de R$ 250 para R$ 350 mil (ou no máximo 400 mil), aproximadamente.
Desta forma, o ex-comandante de Guarani e Oeste terá que usar toda sua capacidade para convencer os reforços a assinar com o Leão.
Da lista de 20 jogadores que passou ao CEO Enrico Ambrogini, Carpini afirmou que oito já estariam contratados. Os nomes só não foram divulgados ainda, porque todos estão atuando, a maioria na Série B do Campeonato Brasileiro. Então, existem a ética e o respeito.
“Tenho recebido mais sim, do que não. Claro que a falta de um calendário no segundo semestre nos prejudica. Os jogadores querem uma estabilidade de um ano de contrato. Por outro lado, tento convencê-los que se fizerem um bom Paulistão, estarão livres após quatro meses para assinarem um contrato até melhor. Citei os casos de Airton, Thomaz. Lucas Braga e Murilo Rangel, que hoje estão bem empregados após defenderem a Inter. Desta forma é que tenho conseguido nomes importantes. Além disso, a Inter paga em dia, tem uma camisa forte e no começo do ano terá seu próprio Centro de Treinamento. Ou seja, todos esses reforços participariam de uma reconstrução do clube”, comentou.
Outra dificuldade que Carpini terá pela frente é enfrentar no Paulistão adversários que tiveram uma sequência de calendário, ou seja, que estão disputando o Campeonato Brasileiro.
Por outro lado, ele entende que os times de maior estrutura, casos de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Red Bull Bragantino poderão dar férias aos jogadores e atuarem no início do Paulistão com suas equipes Sub-23.
Em entrevista ao Pimba nos Esportes, Carpini disse que não vê a hora de chegar dia 4 de janeiro, para começar a trabalhar no campo.
“A parte mais chata é você montar o elenco. É um processo complicado e desgastante. Você não pode errar. As vezes as negociações são demoradas. Mas tento passar a ideia do nosso projeto e os jogadores estão comprando essa ideia. Além disso, o Paulistão é muito atrativo”, explicou.
A contratação do veterano Roger, de 35 anos, também tem ajudado a convencer atletas de ponta a acertarem com a Inter.
“Eles olham a estrutura da Inter, o peso da camisa, o pagamento que é religiosamente em dia, a diretoria forte, o bom Paulistão que fez este ano e a vinda do Roger. Tudo isso ajuda e ajuda muito. Eles pensam, se o Roger assinou é porque lá está bom. E assim conseguimos evoluir nas contratações”, justificou.
Carpini defendeu mais uma vez a contratação de Roger.
“Ele não é mais um centroavante de 20 anos, porém sua experiência vai nos ajudar muito. A torcida se acostumou com Airton e Lucas Braga, que são velozes. Mas coloque cinco bolas na área e veja o aproveitamento de cada um. Eu garanto que o Roger guarda pelo menos quatro. Quando trouxe o Júnior Todinho do Cuiabá toda torcida do Guarani me questionou. No fim, foi vice-artilheiro do Paulistão”, citou.
Será a segunda vez que Carpini participará de um processo de montagem de um elenco.
“No Guarani logo após a Série B, quando conseguimos escapar do rebaixamento com duas rodadas de antecedência, fiquei com apenas 6 jogadores dos 43 do elenco. Eu montei o time que hoje está bem na Série B, nas mãos do Felipe Conceição. Espero acertar aqui na Inter também”, confidenciou.
Carpini contou que teve proposta de um time da Série B, mas optou por seguir o acordo com a Internacional.
“É complicado corrigir rota. Você chega na Série B e consegue fazer pouca coisa. O time já tem uma história na competição. Aí não dá certo e vão te culpar. Falar que você é treinador de um trabalho só. Foi por isso que escolhi a Inter. Iniciar um projeto é importante e novamente na elite do Paulistão. Isso se chama plano de carreira”, frisou.
A Série B do Brasileiro terminará no dia 30 de janeiro. Os jogadores terão um período de folga para depois se apresentarem na Inter. O Paulistão começará no dia 28 de fevereiro.
Sobre as características do elenco que pretende formar, Carpini adiantou que tem um DNA ofensivo. Que gosta de trabalhar com dois meias, um que cadencia e outro que faz o um contra um e que o volante não pode ser um “brucutu”.
“Hoje, o medo de perder tira a vontade de ganhar. Meus times não se acovardam nunca. Quero jogar. Se você tem um volante que só marca, você perde um jogador em campo quando precisa atacar. A torcida leonina verá um time que vai atacar”, prometeu.
Carpini lembrou como foi no Guarani para o Paulistão deste ano.
“Treinamos apenas 18 dias para o campeonato e estreamos contra a Inter, no Limeirão. O mais difícil é equilibrar o elenco, pois tem os jogadores que estavam parados há muito tempo e os outros que vêm de um campeonato desgastante. Mas temos profissionais competentes em nossa comissão técnica que farão esse trabalho”, explicou.
Para completar, Thiago Carpini afirmou que é um treinador justo e leal ao elenco.
“Sou o mais correto possível. Todos se sentem importante neste processo. Mais de 80% é gestão de pessoa. Você tem que fazer o que prometeu. É fácil você ganhar o vestiário. Mas é fácil também perdê-lo. Quero o melhor ambiente possível na Internacional”, completou.