Comodismo pode ser a explicação para a queda da Inter


Nos últimos dias, até em razão da queda de rendimento da Internacional na Série D do Campeonato Brasileiro, muitos torcedores tem abordado o tema “comodismo”. Ou seja, mesmo jogando mal, alguns titulares seguem como “intocáveis” sob o comando de Felipe Conceição. Isso tem deixado até o presidente Danilo Maluf incomodado.

Talvez à partir deste fim de semana, finalmente mudanças possam ser vistas na Internacional. O duelo é decisivo. Um confronto direto contra o Água Santa, sábado, às 18h, em Diadema. Leão vem de duas derrotas seguidas e já vê a vice-liderança ser ameaçada por Costa Rica e pelo próprio Água Santa. Restam apenas três jogos antes do mata-mata.

Até para aprofundar mais nesse assunto, fizemos um raio x da Internacional na Série D. Pegamos os 11 jogos, todas as escalações, os artilheiros e as assistências.

O comentarista Tatinha Casagrande vem cobrando demais o meio de campo do Leão, que segundo ele, não tem uma assistência até aqui na competição. E ele tem razão, isso porque Albano, mesmo sendo um camisa 10, vem atuando como extremo.

Nove jogadores da Internacional estiveram em campo nos onze jogos do Leão na Série D, são eles o goleiro André Luiz, os laterais Williams Bahia e César Morais, os zagueiros Diego Jussani e Gui Mariano, o volante Gustavo Hebling, os meias Kauê e Cesinha e o atacante Albano.

Apenas dois jogadores estiveram em campo nos 90 minutos dos 11 jogos, são eles o goleiro André Luiz e o zagueiro Diego Jussani. O lateral Williams Bahia e o zagueiro Gui Mariano foram substituídos em apenas um jogo.

Do Raio X dos jogadores da Inter só não analisamos aqueles que pouco atuaram como o lateral Eduardo Porto, os zagueiros Lucas Rocha e Alyson Dutra, o meia Matheus Costa e os atacantes Pedro, João Vitor, Léo e Joel Pantera Negra.

E também os dois que deixaram recentemente o clube, casos do volante Calebe que foi para o CSA e o atacante Felipe Fonseca que se transferiu para o futebol coreano.

Raio X dos jogadores da Inter na Série D:

Goleiro André Luiz – atuou nos 11 jogos até agora e sofreu apenas seis gols. Bateu o recorde de goleiro com mais tempo sem sofrer gols na história do clube, com 614 minutos. Nesse período fez defesas espetaculares. É um dos prediletos da torcida.

Lateral-direito Williams Bahia – atuou nos 11 jogos até agora e foi substituído em apenas um, justamente na estreia contra o Pouso Alegre. Não marcou nenhum gol e não deu nenhuma assistência. O trator é forte no apoio, tem vigor físico (não cansa), mas precisa caprichar mais nos cruzamentos para a área.

Zagueiro Diego Jussani – atuou nos 11 jogos completos até agora e marcou um gol contra o Pouso Alegre, no Limeirão. Só não estará em Diadema no fim de semana porque foi expulso contra o São José. Aliás, seu primeiro vermelho no clube em 39 jogos. Teve um início espetacular de Série D, mas nos últimos jogos falhou ao tentar dar combate no meio de campo. Sendo assim, a zaga fica exposta.

Zagueiro Gui Mariano – atuou nos 11 jogos até agora e só foi substituído uma única vez, na vitória diante do Santo André por 3 a 0, no Limeirão, quando Lucas Rocha entrou em seu lugar. Gui tem dois gols de cabeça na competição: na vitória sobre o Agua Santa por 1 a 0 e na derrota para o São José por 2 a 1, ambos no Limeirão. Vários times de Série B se interessaram pelo defensor, que teve um aumento de salário para ficar no Leão. Presidente Danilo Maluf quer segurá-lo para o Paulistão.

Lateral-esquerdo César Morais – Para muitos, já merece esquentar o banco de reservas. Mas a qualidade em sua batida na bola o torna peça importante no time titular. Atuou os 11 jogos até agora e em cinco deles foi substituído pelo reserva Leocovick. Em seis, atuou os 90 minutos. O ala, que está no clube desde o ano passado, tem duas assistências na atual Série D, ambas em cobranças de escanteios.

Volante Gustavo Hebling – foi contratado para fazer a função que Emerson Santos exercia no Paulistão, mas não está conseguindo, até por sua baixa estatura. Apesar de ter atuado os 11 jogos como titular, não é uma unanimidade. Foi substituído em oito deles, ou seja, só completou três partidas. Com o crescimento do reserva João Felipe e a chegada de Marlon, ex-Caxias, sua titularidade está bastante ameaçada.

Meia Kauê – a torcida leonina não se conforma com sua titularidade, mas os técnicos que passam pela Inter não o tiram do time jamais. A culpa é do GPS. É o atleta que mais corre em campo e que mais funções exerce ao mesmo tempo. Kauê é o artilheiro da Inter na Série D com três gols e esteve em campo nos 11 jogos até agora. Mas em oito deles foi substituído. Ou seja, jogou os 90 minutos em apenas três jogos. Só fica devendo nas assistências, onde está zerado.

Meia Cesinha – Seu retorno à Internacional foi visto com grande expectativa. Nos seus ex-clubes, como Maringá, Rio Branco e Rio Claro, o camisa 8 era o chamado “patrão da bola”. Na Inter, não consegue deslanchar. Felipe Conceição justificou sua permanência no time titular como um jogador incansável e de múltiplas funções. Atuou nos 11 jogos como titular, mas em 10 deles foi substituído. Só jogou os 90 minutos na vitória diante do Costa Rica por 3 a 0, no Mato Grosso do Sul, onde foi um dos melhores em campo. Cesinha tem um gol de falta contra o Santo André e nenhuma assistência.

Extremo Albano – É um clássico camisa 10 de origem, mas desde que o ex-técnico Júnior Rocha o colocou como extremo direito quando Everton Brito se machucou, não saiu mais dessa posição, mesmo não gostando. Albano é o melhor jogador da Inter na Série D. É habilidoso, driblador e decisivo. As principais jogadas do Leão saem dos seus pés. Atuou nos 11 jogos até aqui, sete deles os 90 minutos. Ou seja, em apenas quatro foi substituído. Marcou um gol contra o Santo André, na vitória por 3 a 0 no Limeirão e distribuiu três assistências, sendo uma de falta, uma de escanteio e uma de bola rolando. Tem vários times de olho no craque.

Centroavante Rafael Silva – a torcida da Inter tinha a certeza de que o camisa 9 brigaria pela artilharia da Série D. Recuperado da lesão que o tirou de boa parte do Paulistão, o goleador estava motivado. Porém, só marcou três gols até aqui, sendo dois deles de pênalti, contra o Costa Rica/MS, fora e Maringá, em casa. O outro foi diante do Santo André, no Major Levy. Por outro lado, Rafael Silva já deu duas assistências, ambas com bola rolando. Dos 11 jogos, só ficou de fora da vitória em Patrocínio por estar suspenso. Foi substituído em sete oportunidades e em três atuou o tempo todo. Mesmo com a volta de Joel Pantera Negra, segue como titular.

Extremo Lucas Café – Com exceção da estreia, quando iniciou no banco de reservas, o jogador atuou nos 10 jogos seguintes da Série D como titular. Emprestado pelo Novorizontino, Café tem um gol e uma assistência. Alterna atuações muito boas com algumas discretas. So atuou os 90 minutos em dois jogos, ou seja, em oito ele foi substituído.

Lateral-esquerdo Leocovick – Faz tempo que este lateral vem pedindo passagem para ser titular. Entrou em seis partidas até aqui e já merece ocupar o lugar de César Morais. Vem de um acesso com o Grêmio Prudente para a Série A-2 e tem experiência por ter jogado a Série B pelo Vitória. É forte na marcação e constantemente apoia o ataque. Talvez a tão sonhada chance chegue já neste fim de semana.

Volante João Felipe – jogador clássico, de 1m88, habilidoso, eficiente, de muita visão e controle de jogo. Não dá para entender como não é titular absoluto da Inter. Veio do Madureira/RJ, onde quase se transferiu para o futebol francês. Nenhuma vez começou como titular nesta D, mas entrou em nove dos onze jogos até aqui. Marcou de cabeça o gol de empate contra o Maringá, no Limeirão. É uma espécie de 12º jogador de Felipe Conceição.

Meia Juninho – Outro jogador que faz tempo que vem merecendo ser titular. Sempre entra bem nas partidas, melhorando a qualidade ofensiva e fazendo o ataque produzir. Apesar da pouca idade, passou pelo time titular do Botafogo/RJ. Chama a atenção por jogar com o calção perto do umbigo. Jamais começou uma partida nesta Série D, mas entrou em nove delas.

Atacante Erick Luís – todos esperavam mais desse reforço que veio do Rio Claro, indicado por Júnior Rocha. Iniciou a Série D como titular, mas já no segundo jogo foi para o banco e não retornou mais. Muitos questionam até seu condicionamento físico. Foram oito jogos entrando no segundo tempo. Marcou apenas um gol e foi de pênalti em Costa Rica.

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