A Internacional conquistou uma das vitórias mais importantes deste Paulistão. E no momento crucial. Jogando domingo à noite no Estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte, o Leão derrotou o Novorizontino por 2 a 1, com dois gols do centroavante Ronaldo, artilheiro isolado da competição com oito gols.

Além de deixar a incômoda zona do rebaixamento, que vinha assustando todos nós, a vitória colocou o alvinegro limeirense na vice-liderança do Grupo A, com 11 pontos, à frente de Guarani e Água Santa com 10 e atrás apenas do Corinthians com 17 e um jogo a menos (enfrentará o Palmeiras no dia 17). O resultado positivo também custou o rebaixamento do time da casa para a Série A-2. Ou seja, menos um adversário para se preocupar.

Como Vinícius Bergantin gostou da atuação da Inter no empate sem gols diante do Palmeiras, no Limeirão, a intenção do treinador era repetir exatamente a mesma equipe. Mas perdeu Osman, novamente lesionado. Para variar, o escolhido foi Diego Tavares, muito contestado pelos torcedores, mas homem de confiança do comandante por fazer “bem” a recomposição. Celsinho, Matheus Mancini, Tito e Lima ganharam uma nova oportunidade e não decepcionaram.

O Novorizontino vinha de um empate por 2 a 2 com o Santos, na Vila Belmiro e buscava sua primeira vitória na competição. Até então eram três empates e seis derrotas. O técnico Alan Aal perdeu Bruno Silva, ex-Chapecoense, sua referência no ataque. E olha que o time só tinha marcado três gols em nove jogos, dois deles de pênalti.

O time da casa precisava vencer para não cair, mas estava cansado e abalado. No meio de semana, foi eliminado na Copa do Brasil, após derrota para a Tuna Luso, em Belém, por 1 a 0. Nem o torcedor local acreditava mais no milagre.

A Internacional precisou de apenas 17 minutos para abrir o placar. Lima carregou pela meia-esquerda e levantou na medida para a cabeçada certeira de Ronaldo: 1 a 0. Que belo gol.

Aos 25, Ronaldo quase marcou seu segundo gol de cabeça no jogo. No cruzamento da direita de Léo Duarte, o camisa 9 tentou o canto, mas Giovanni fez uma excelente defesa, mandando para escanteio.

O Novorizontino chegou com perigo pela primeira vez somente aos 35 minutos, quando Léo Tocantins recebeu na esquerda e cruzou para Danielzinho. A cabeçada foi defendida por Lucas Frigéri.

Aos 36 minutos, Matheus Galdezani recebeu livre no ataque e arriscou de fora da área. Giovanni defendeu em dois tempos. Aos 41, Ronaldo puxou um contra-ataque pelo meio, mas desta vez foi individualista, finalizando torto para o gol.

O Novorizontino cresceu nos minutos finais. Aos 43, o zagueiro Bruno Aguiar, ex-Santos, cobrou uma falta frontal e mesmo com desvio na barreira, Lucas Frigéri praticou defesa segura em seu canto direito.

No minuto seguinte, outra falta – aliás cometida desnecessariamente por Diego Tavares – e na cobrança de Danielzinho, a bola desviou em seu companheiro Léo Baiano e por pouco não caiu no ângulo, com Lucas Frigéri batido em outro canto. Essa foi na pura sorte. Deu tempo ainda de Willean Lepo escorar para fora um cruzamento de Léo Tocantins.

A Inter voltou com a mesma formação para a etapa complementar. Incrível a insistência de Bergantin com Diego Tavares. Não dá para entender. Já Alan Aal voltou com Cléo Silva na vaga de Léo Tocantins.

Aos 7 minutos, o time da casa ficou com dez. Willean Lepo entrou de forma violenta em Lima e recebeu o cartão vermelho do árbitro Vinícius Gonçalves Diaas Araújo após revisão do VAR.

A Inter ficou ainda mais tranquila em campo, porém relaxou. Aos 14, Barba enganou a marcação pela meia-esquerda e tentou o empate de fora da área. Lucas Frigéri mergulhou em seu canto esquerdo para evitar.

Na base do contra-ataque, a Inter começou a desperdiçar algumas oportunidades, em especial com Lima. Em uma delas, boa defesa de Giovanni. Léo Duarte também teve a chance na área, mas isolou.

O Novorizontino mexeu. Entraram Rômulo e Chrigor e a qualidade melhorou. Logo em seguida, Bergantin colocou Geovane e Rafael Carioca nos lugares de Diego Tavares e Tito.

Aos 29 minutos, após levantamento da direita, Ronaldo cabeceou para o gol e Léo Baiano cortou com o braço. Péricles Bassols Cortez estava no VAR e chamou novamente o árbitro. A penalidade máxima foi confirmada. Para variar, Ronaldo, com todo seu ritual, ampliou para 2 a 0. Foi seu quarto gol de pênalti na competição.

Cansados, Ronaldo e Matheus Galdezani saíram para as entradas de Renato Cajá e Thiago Alagoano. Aos 36, após cobrança de escanteio de Geovane, Matheus Mancini cabeceou rente ao travessão.

Quem achava que o jogo estava definido, se enganou completamente. Aos 38 minutos, Rafael Carioca cometeu um pênalti infantil em Chrigor, que corria na contramão e para fora da área. O mesmo Chrigor foi para a cobrança e descontou: 2 a 1. Bateu forte, no canto alto direito de Frigéri, que foi para o outro lado.

Mesmo com 10, o Novorizontino exerceu uma pressão na Internacional. Foram sete minutos de acréscimos dramáticos. O Leão chegou a ter seus 11 jogadores na entrada da área para evitar o empate. Bergantin colocou até o zagueiro Renan Fonseca no lugar de Lima.

No contra-ataque, Renato Cajá, que tinha acabado de entrar no jogo, acertou a trave direita do Tigre em uma bola colocada. O ex-camisa 10 da Ponte Preta finalizou pela segunda vez no minuto seguinte, para fora.

A Inter literalmente “fechou a casinha” e garantiu a importante vitória. Na próxima rodada serão duas situações. O Leão poderá se classificar com uma rodada de antecedência. Para isso, teria que vencer o São Bernardo, às 20h30, no Limeirão, e torcer pelas derrotas de Água Santa para o Santo André, em Diadema, e Guarani para a Ferroviária, em Campinas.

Para se livrar completamente do rebaixamento, a Inter teria que pelo menos empatar com o São Bernardo e torcer para a Ponte Preta perder para o Corinthians, na Néo Química Arena.

Novorizontino 1 x 2 Internacional
Gols – Ronaldo aos 17 minutos do 1º tempo e, de pênalti, aos 31 do 2º tempo (IN); Chrigor, de pênalti, aos 39 minutos do 2º tempo (NOV)
Local – Estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte
Árbitro – Vinícius Gonçalves Dias Araújo
Novorizontino – Giovanni; Willean Lepu, Bruno Aguiar, Wálber e Reverson; Barba (Rômulo), Léo Baiano, Danielzinho e Douglas Baggio; Michel Douglas (Chrigor) e Léo Tocantins (Cléo Silva). Técnico: Alan Aal.
Internacional – Lucas Frigeri; Celsinho, Rodolfo Filemon, Matheus Mancini e Tito (Rafael Carioca); Jhony Douglas, Matheus Galdezani (Thiago Alagoano), Lima (Renan Fonseca) e Léo Duarte; Diego Tavares (Geovane) e Ronaldo (Renato Cajá). Técnico – Vinicius Bergantin.
Ocorrências – cartão vermelho para Willean Lepo (NOV) e amarelos para Rodolfo Filemon e Tito (IN); Walber, Léo Baiano e Michel Douglas (IN).