Entrevista com Alberto Valentim, ex-lateral da Inter e hoje treinador

Entrevista com Alberto Valentim, ex-lateral da Inter e hoje treinador

Neste momento, Alberto Valentim está sem clube e descansando em Oliveira, Minas Gerais, sua cidade natal. Fazia 30 anos que o treinador não tinha um período sabático com a família.

Em entrevista ao Pimba nos Esportes da Rádio Mix 770 AM, Valentim relembrou o título do Campeonato Paulista da Série A-2, conquistado em 1996. “Fui muito feliz em Limeira. Tenho grandes recordações. A Inter foi muito importante para a minha carreira”, destacou.

No Guarani

Alberto lembrou que foi trazido pelo também lateral Gustavo para fazer um teste no Guarani, onde foi aprovado. Como na década de 90 a base do Bugre era fortíssima, Valentim rapidamente conquistou a vaga como titular e foi campeão da Copa São Paulo de Juniores de 1994, diante do São Paulo, de Rogério Ceni. E foi dele o gol do título.

“Empatamos por 1 a 1 no tempo normal e fomos para os pênaltis. O nosso goleiro Pitarelli defendeu três cobranças e coube a mim marcar o gol da vitória”, lembrou.

Foi o saudoso técnico Pupo Gimenez que o lapidou, enquanto o também saudoso Oswaldo Alvarez, o Vadão, o galgou ao profissional do time campineiro.

Como chegou a Limeira

Alberto contou que precisava deixar o Guarani e a Inter apareceu como opção.

“Quando vi que a Inter estava em último lugar na classificação da Série A-2, com cinco derrotas seguidas, confesso, me assustei. Foi então que consultei dois amigos, o Elton e o Júlio César. Ambos me aconselharam a encarar o desafio, pois a Inter tinha como presidente Luiz Fernando Ferrari, um empresário muito correto, sério e honesto. Fiz uma escolha acertada. É por isso que tenho muita gratidão pela família Ferrari”, frisou.

Com as chegadas de Alberto Valentim e do técnico Vanderlei Paiva (que substituiu Estevan Soares), a Inter cresceu de produção e teve uma recuperação surpreendente, que culminou com o título em cima da Portuguesa Santista, com uma goleada de 4 a 0, no Limeirão. Na parte final quem assumiu foi José Macia, o Pepe.

“Não tinha como dar errado. Nosso elenco era muito comprometido e focado. Logo quando cheguei percebi que reagiríamos. E foi o que aconteceu”, confidenciou.

Valentim, considerado um dos laterais mais técnicos que passaram pelo Leão, disse que daquele elenco fantástico, tem contato mais com Edu Marangon, Luiz Henrique e Amarildo.

Recentemente, Alberto Valentim participou de duas eleições de melhor lateral-direito da história da Veterana, porém perdeu ambas para João Luis e China.

“Só de ser lembrado após 24 anos já é motivo de orgulho. E olha que joguei apenas em 1996. Ou seja, minha passagem por Limeira foi marcante”, frisou.

Gol que ninguém filmou

Curiosamente, ninguém filmou o único gol que Alberto Valentim marcou pela Internacional e que por sinal, foi um golaço.

“Tentei procurar o vídeo desse gol e não encontrei. Mas não é história de pescador não. Foi um belo gol, que surgiu após tabela”, frisou. Ele aconteceu no empate por 2 a 2 com a Sãocarlense, no Limeirão, em 26/05/1996.

Carreira decolou
Em razão da excelente A-2 que fez, Alberto Valentim foi vendido para o Athletico/PR e rodou por outros clubes, como São Paulo, Flamengo e Cruzeiro. Também passou oito anos e meio na Itália, defendendo Udinese e Siena.

Em 2004, colocou na cabeça que seria treinador e estudou para isso. Foram mais três anos na Itália.

“Tive duas escolas, a brasileira e a italiana. São nove títulos mundiais juntos. O que tenho de bom é que sugo o melhor de cada treinador que me comandou e foram oito no total. Aprendi na Itália a disciplina tática, a organização e a cultura”, contou.

Duas voltas olímpicas no Maracanã

Recentemente, o Maracanã completou 90 anos e Valentim se orgulha por ter dado duas voltas olímpicas como técnico, uma com o Vasco e outra com o Botafogo.

Na entrevista, lamentou a demissão no Vasco da Gama em 2019 nos vestiários, após o vice para o Flamengo.

“Sofremos o gol do Arrascaeta a sete segundos do fim e perdemos nos pênaltis. Mas antes, livrei o clube do rebaixamento no Brasileirão de 2018 e fui campeão invicto e com 100% de aproveitamento na Taça Guanabara. Mas no Brasil a gente sabe como é a vida do treinador”, justificou o técnico, que ficou 42 jogos no Cruz de Malta.

Também comandou Athletico/PR (seu primeiro clube), Red Bull, Palmeiras (campeão brasileiro em 2016), Botafogo, Pyramids do Egito (foi demitido porque escalou Ribamar, contrariando a vontade do dono do time) e o Avaí. No total são 137 jogos como treinador (57 vitórias, 31 empates e 49 derrotas).

Carinho especial pelo Athletico

Aliás, o ex-lateral tem uma identificação muito forte com o Athletico/PR. “Meu filho de 22 anos é atleticano doente. Fui muito feliz no Furacão. Conquistei títulos em 1998 e 1999. Fui eleito duas vezes o melhor lateral-direito do Brasil em 1996 e 1999. Encerrei a carreira lá e comecei como técnico no próprio clube, através de um convite do presidente Mario Celso Petraglia. Tenho muito carinho por esse clube”, elogiou.

Destacou também sua passagem no Palmeiras e a resumiu como valiosa. “O Osmar Feitosa me levou para lá. Foram quatro anos importantes no Palmeiras. Fui de auxiliar a técnico. Só tenho que agradecer”, disse.

De volta a Limeira

Para completar, Alberto Valentim disse que seria um prazer retornar a Limeira para comandar a Internacional.

“Tudo em seu tempo. Espero que a Inter primeiro consiga se manter no Paulistão e que cresça ainda mais, visando um Campeonato Brasileiro, por exemplo, montando um time ainda mais forte. A cidade é grande e gosta de futebol. A Inter tem um belo estádio. Seria uma alegria comandar esse time um dia”, completou.

Acompanhe a entrevista de Alberto Valentim no Pimba nos Esportes:

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